terça-feira, 28 de julho de 2009
L Guardador de Ganados - XXXVIII
Bendito seia l mesmo sol doutras tierras
Que fizo mius armanos todos ls homes,
Porque todos ls homes, un sfergante al die, l míran cumo you,
I nesse puro sfergante
Todo lhimpo i sensible
Tórnan lagrimosamente
Al Home berdadeiro i premitibo
Que bie l sol nacer i inda nun lo adoraba.
Porque esso ye natural – mais natural
Que adorar l sol i apuis a Dius
I apuis todo l mais que nun hai.
Fernando Pessoa [Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos]
Traduçon de Fracisco Niebro
[an pertués:
Bendito seja o mesmo sol de outras terras
Que fez meus irmãos todos os homens,
Porque todos os homens, um momento no dia, o olham como eu,
E nesse puro momento
Todo limpo e sensível
Regressam lacrimosamente
E como um suspiro que mal sentem
Ao Homem verdadeiro e primitivo
Que via o sol nascer e ainda o não adorava.
Porque isso é natural – mais natural
Que adorar o sol e depois Deus
E depois tudo o mais que não há.]
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