segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Douro - MT8


Sudor, riu, doçura.
(Al ampeço era l home ...)
De cachon an cachon,
L mosto bai correndo
An sue cama de piedra.
Correndo i spelhando
Las dues bordas a assomar.
Correndo cumo cuorre
Ua dourada canal
De sufrimiento.
Correndo, sien saber
S’abança ou s’arrecula.
Correndo, sin correr,
L zaspero nunca zauga ...


[an pertués:
Doiro

Suor, rio, doçura.
(No princípio era o homem ...)
De cachão em cachão,
O mosto vai correndo
No seu leito de pedra.
Correndo e reflectindo
A bifronte paisagem marginal.
Correndo como corre
Um doirado caudal
De sofrimento.
Correndo, sem saber
Se avança ou se recua.
Correndo, sem correr,

O desespero nunca desagua ...]


In Diário IX, Régua, 16 de Setembro de 1962


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