quinta-feira, 11 de agosto de 2011

munha (5)

ua porrascada an agosto trai cun eilha un oulor a puolo caliente que cun nada mais se cunfunde: star an mangas de camisa, sentir las purmeiras pingas gordas nas cuostas, uas pingas fries, fries i botar nua fugida pa l purmeiro cabanhal que mos aparecir i que até puode ser ua puorta adonde mal cabemos ancostados: apuis ampeça a correr l'auga rue abaixo, cun morgaços alantre a ansiná-le l camino, formando-se pequeinhas poçacas adonde béilan cacholicas; la tarde trai mais debrebe la nuitica i até la piel mos parece quedar mal, zafeita que stá de tanto fresco, anquanto l oupor se bai albantando cumo se la tierra le stubira a agradecer a las nubres, nua oufierta que eilhas recebiran an sou coraçon aceçonado.



2 comentários:

Marcolino e Mara Cepeda disse...

Olá Amadeu,

Já assistiu a muitas "porrascadas" em agosto?
Eu vivi algumas e achei que foram divertidas, apesar da molha.
A que descrevo no Nordeste com Carinho, ficou-me impressa na memória de menina com os meus quatro anos. Foi, efectivamente, um susto medonho.
Parecia que o mundo ia acabar naquele momento.
São coisas que se recordam quando a mente fervilha menos.
O "munha (5)", assim como todas as "munhas", despertaram em mim, muitas das recordações que tenho plasmado no blogue. É engraçado.
Obrigada por tudo e parabéns por tudo aquilo que escreve.
beisico
Mara

Amadeu disse...

Boa noite Mara,

Tenho lidos os teus textos e gosto muito. Vou lá todos os dias, pois estas coisas acabam por 'viciar'. Estas pequenas coisas que lembramos não servem para grande coisa e não são talvez importantes para mais ninguém, mas são bocadinhos de nós que nos dão instantes (e isso não é pouco)de felicidade. Só por isso, são instantes eternos!

beisico
Amadeu