sexta-feira, 2 de setembro de 2011
sentimiento dun acabado de chegar
era outra beç la rue
a recebir-te ls passos
inda amarielhos de las yerbas
que te sobrórun doutros carreirones
parece andefrente Lisboua
solo porque nun te recibe
cun uolhos atrás de ls postigos?
arredonda-te un halo de bruído
i ressona-te l andar cumo un delor,
na squina l mesmo pedinte, l mesmo
arrumador, bai-se l mirar afazendo
de l outro lhado, nua bitrina,
ua telbison fala de ampuostos
i de crise; dá-me esta Lisboua
absurdos deseios de sufrir:
stou a passar al lhado de l Jardin
Cesário Verde i dá-me la risa ...
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3 comentários:
"Ls carreirones que outra beç te reciben", nem sempre te acarinham e aconchegam, antes te mostram as realidades de que queres fugir.
O olhar afaz-se, sem, completamente, se afazer. Felizmente possuímos outro olhar, mais nosso, mais puro que serve de contrapeso, na obrigação de estar e servir.
Cesário Verde é um dos meus poetas favoritos. Aprendi a utilizar a tristeza para fazer sorrir, mesmo quando as lágrimas que marejam o olhar, insistem em existir.
Cesário Verde ten un jardinico mesmo al lhado de mie casa, yá quaije a la punta de baixo de la Rue Dona Estefânia. Por esso passo muita beç alhá.
Cesário Verde ensinou-me a tirar de todas as tristezas da sua vida recheada de morte (os irmãos e a tuberculose que acabou por vitimá-lo em tão tenra idade também), lições de vida, de luta contra todas as adversidades. Fez um retrato real e limpo do povo ligado ao campo e do de Lisboa.
A sua predilecção pelo campo confere à sua poesia um toque de alguma alegria e leveza. O seu riso mostrava-se, as dores da doença escondiam-se.
Apesar de todo o sofrimento, nunca se deixou abater como Mário de Sá Carneiro.
A tuberculose levou-o, mas a sua vontade era viver.
Sim, Amadeu, Cesário Verde, para mim, é um poeta de luz, apesar de todas as tristezas que nos mostra na sua poesia.
O pequeno jardim, onde com regularidade passas, que não conheço, trouxe-me Cesário Verde.
Beisico
Mara
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