terça-feira, 26 de julho de 2011

dito (23)


outro te mangínan ou te cúntan, mas nun deixas de ser quien sós: nun perdas la risa.


3 comentários:

Marcolino e Mara Cepeda disse...

Assim é!
Ninguém nos conhece verdadeiramente e, muitos, não se dão ao trabalho de tentar, porque não vale a pena. Sei por experiência própria a dificuldade de ser. Tento nunca perder "la risa".

Amadeu, peço-lhe o favor de ler este pequeno texto que aqui deixo. Dê-me a sua opinião sincera. Desculpe o meu abuso, mas duvido de mim muitas vezes. Aqui vai:

Voltei!
Azul como o céu da minha aldeia quando não é precisa a Santa Bárbara.
Azul como o imenso mar que amo e que alguns querem verde.
Azul como a minha alma infinita e única.
Com o coração, hoje, triste, lamuriento, mas não queixoso.
Com a emoção à flor da minha pele tão sensível, tão indefesa como um recém-nascido.
Com os olhos marejados de lágrimas da alma.
Não tenho causa para este pranto.
Não hoje.
Apenas voltei, mais serena, mais alma,
Mais luz que me cerca e alumia.
Mais sonho
Mais melodia

Amadeu disse...

Mara,

L buosso testo ye mui guapo.

Curiosa la giografie: de l'aldé, al mar, a l'alma: l acerca, l sin fin i l mais fondo de nós - todo azul.
Apuis l cuorpo: l coraçon, l'eimoçon, ls uolhos: todo ben de andrento para fuora, pa ls uolhos, salindo an lhágrimas, sin rezon aparente.
Mas nesse mobimiento nós crecemos, nun antendemos, mas sentimos que stamos de bien cun nós, capazes de anfrentar, de ir palantre.
Talveç las lhágrimas séia un modo de agradecer. L quei, se hai tristeza, sposiçon sien defénsias? Talbeç la bida cumo se bai arramando an nós i nós neilha, dura dua beç, a cada die mais, mas cuntina a haber campo pa l sereno, la lhuç, l suonho, la melodie.

Guapo, Mara. Parabienes. Nun sabie que érades poeta. I que poeta! POr adonde ten andado essa poeta?

beisico
Amadeu

Marcolino e Mara Cepeda disse...

Amadeu,
Sou tão pouco capaz comparada consigo.
Tem texto lindíssimos, de estruturas perfeitas, de harmonias únicas!
Não sei, infelizmente, mirandês, mas não é necessário. Consigo sentir e ver a beleza do que escreve e nasce em mim uma inveja saudável de querer escrever assim.
Escrevo desde que me conheço por gente, aí pelos 12 anos. Tenho medo de não ter qualidade suficiente para publicar, por isso tenho tudo guardado.
Obrigada pela gentileza.
Fez-me bem.
Mara