Cumo quien nun die de berano abre la puorta de casa
I spreita pa la calor de la rue cula cara toda,
A las bezes, nun pronto, dá-me la Natureza de xapa
Na cara de ls mius sentidos,
I you quedo cunfuso, albrotado, querendo antender
Nun sei bien cumo nin l quei.
Mas quien me mandou a mi querer antender?
Quien me dixo que habie que antender?
Quando l berano me passa pula cara
La mano lhebe i caliente de l sou airico,
Solo tengo que sentir agrado porque ye airico
Ou que sentir zagrado porque ye caliente,
I assi i todo que you l sinta,
Assi, porque assi l sinto, ye que ye miu deber senti-lo…
.
Fernando Pessoa [Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos]
Traduçon de Fracisco Niebro
.
.
.
.
.
[an pertués:
Como quem nun dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...]
Como quem nun dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...]
Sem comentários:
Enviar um comentário